VERONA – ITÁLIA
Por um bom tempo abandonei as crônicas de viagens, fiquei devendo escrever mais sobre a Itália e hoje escolhi Verona. A famosa cidade onde Shakespeare deposita a sua criatividade na Peça de Romeu e Julieta e a Megera Domada, atualmente cidade declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Como todo mundo fiquei encantada pela estátua e pela pequena sacada a qual imaginava bem maior, na qual Romeu declarou seu amor arriscando-se numa escalada perigosa para chegar até Julieta. É tipo uma maratona de pedidos de licença, empurrões e desculpas para se poder chegar perto dela e tirar uma fotografia, com o detalhe de segurar-lhe o seio esculpido perfeitamente, para que se tenha boa sorte.
Outra coisa que não poderia deixar passar era encontrar um pequeno espaço entre todos nomes assinados no túnel de entrada para o pequeno jardim de Julieta, tarefa que cumpri com muito carinho junto com meu neto Jordan Marder. Saímos do local com o coração confiante de termos realizado uma grande proeza.
Os prédios antigos se concentram no centro da cidade e como todas com mais de dois mil anos, fortificada e banhada pelo rio Adige, explode como esporos de uma flor, detalhes de épocas diferente por todos os lados. É muito gostoso andar pelas ruelas que sempre terminam numa grande praça aberta onde os turistas e o povo se reúnem para admirar, conversar e discutir sobre as maravilhas com as quais se deparam.
Verona fica uns sessenta quilômetros do monte Verena, perto dos Alpes, um lugar para esquiar no inverno. O interesse em voltar um dia e conhece-lo me atrai pelo nome, pois sempre achei que meu nome era de origem alemã e nunca italiana, isso aguçou ainda mais a minha curiosidade.
A Itália não se pode conhecer em um mês ou em uma vez. Para alguém que passou a vida inteira ensinando artes plásticas ou história das artes, existe um mundo à parte em cada canto daquele país, pretendo ter energia suficiente para conhecer muito mais dele.
Encontrei em um dos museus várias menções sobre os humanistas dos anos de 1.400 e a relação das escolas que ensinavam poesia, gramática, retórica e filosofia. Muito interessante saber que foi uma época em que os pais, que tinham posses, levavam professores para suas casas com a finalidade de ensinar esses conteúdos para as filhas. A mulher começou a ter espaço na escrita e muitas ficaram famosas.
O Coliseu da cidade é usado para ópera e apresentações de shows artísticos, muito visitado e fotografado em função da semelhança com o de Roma. Em Verona cada lugar que se visita deixa a impressão de estarmos em outros séculos. É gostoso caminhar pelas suas ruas e sentir tudo isso misturado com os cheiros de comida italiana de seus restaurantes e suas feiras populares.
Resta-me avisar ao leitor: se pedir um “calzone” ou uma pizza, lembre-se que na Itália questão comida, sempre é tamanho família.