SIRMIONE NO LAGO DE GARDA
Acredito que deveríamos nos aposentar e imediatamente vender quase tudo que se tivesse,
inclusive o carro, que parado descarrega a bateria, e sair pelo mundo a viajar. Deixar só
o necessário e uma popança rendendo mais condições para outras viagens. Voltar só para
revisões médicas, acertar as contas e outras mazelas de ordem econômicas e fiscais. É
claro que nem todos teríamos condições para isso, mas sonhar não custa, como diz o
ditado popular.
A Itália é um exemplo. Você não a conhece correndo como turista e em uma excursão ou
outra, pois se passa praticamente voando ao comando do (a) guia, horários, etc. Melhor é
flanar pelos lugares, sentir o cheiro e o gosto do lugar, como costumo dizer, e isso só seria
possível se, aliás seriam muitos se que agora não vem ao caso.
O Lago de Garda é o maior lago italiano e abriga ao seu redor pequenas cidades, em sua
maioria turísticas, belas praias, castelos históricos, fortalezas, palácios, vilas e vinhedos.
Sirmione, como outras propicia a vista dos morros que iniciam os alpes austríacos e pelos
quais a famosa Família Trapp fugiu do nazismo. As águas cristalinas que ainda estavam
geladas pelo final do inverno foram compensadas pela beleza das flores do início da
primavera, uma mistura de paisagem cinematográfica ou de sonho, uma boa comida italiana,
pizzas e vinhos fascinantes, tudo inesquecível.
Se na crônica anterior falei em voltar a Veneza, diria que voltaria ao Lago de Garda e em uma
de suas cidadezinhas ficaria por uma primavera e verão inteirinhos, passeando com os barcos
pelos seus 370 Km. quadrados e me banhando em alguma de suas águas termais ou em suas
praias de águas transparentes, sentaria por horas apreciando a natureza, que não é pouca, os
veleiros flutuando magicamente e os cisnes brincando na água.
Encantam as sacadas dos velhos sobrados, as tulipas e as três Marias, para onde se olha a
imagem que se tem é a de tranquilidade, pois os carros não têm transito livre o que deixa a
sensação de se estar realmente de férias.
Entra-se em Sirmione, que é uma península, por uma ponte denominada A Rocca Scaligera
dando um clima medieval ao lugar. As lojas com muitos suvenir e imagens artísticas em telas
ou aquarelas, mas pode-se vasculhar um pouco mais e encontrar algumas roupas, chalés e
chapéus. Ia esquecer de falar no sorvete que, mesmo no início de primavera e um vento ainda
gelado trazido das montanhas, foi um dos mais deliciosos que já provei.
Os encantos dessas pequenas cidades são incríveis e Bardolino é outra que visitei, famosa
por seus vinhos e vinhedos, vou me permitir uma crônica só a ela e os momentos que toda
família se reuniu ao entardecer para uma boa degustação.