O SOL SE PÔS NO HORIZONTE
Verena Rogowski Becker
O sol se pôs no horizonte e no céu recria uma tela de muitas cores, algumas nuvens não sabem se ficavam escuras ou claras no cenário, dependem da posição em que se encontram. Emociona o brilho refletido na água, um espelho onde as pequenas elevações de terra e árvores se tornavam escuras para dar-lhe mais força e provocar em cada pessoa um sentimento diferente.
Os barcos ancorando nos pequenos cais a margem da lagoa provam isso. Alguns olhavam para o brilho com alegria, pois trazem muitos peixes em suas redes, é pão na mesa por uma semana ou mais. Para outros a imagem reflete a tristeza no coração, um peixe para o jantar e nada mais.
O pôr de sol faz isso com o ser humano, é um dia que se esvai. A terra fica um dia mais velha e nós também. Pode ser aquele dia que trouxe felicidade, encontros, presentes, boas lembranças ou um dia sobrevivido a dor, a fome, a injustiça, a maldade ou violência.
O céu encharcado de cores faz pensar no tempo, esse que tanto apressamos com mil tarefas durante o dia. Ilumina a criação artística. Músicos acham notas nas suas cores e no tempo em que se põem o astro maravilhoso, pintores mesclam as tintas na vitalidade dos tons no céu, poetas escrevem palavras nos reflexos da alma.
Ele se põe em dias de sol magistralmente, em dias de chuva com pequenos reflexos infiltrados entre as nuvens. Podemos vê-lo de um lugar no meio de grandes edifícios, numa praia, no alto de uma montanha ou de uma torre, me impressiona observá-lo de uma pequena janela de avião e hoje?
O sol se pôs no horizonte e me encantou como o som de uma leve brisa, contagiou com seu esplendor e sua magia, me mostrou continuidade depois da escuridão da noite e de um novo renascer, algo misterioso na minha emoção.