INDONÉSIA PARTE 1
A maior parte de minhas viagens me foram proporcionadas ou pelo trabalho do meu
esposo ou porque dei asas muito grandes aos meus filhos que voaram pelo mundo afora
para trabalhar. A primeira visita a Indonésia foi deslumbrante, nunca havia viajado para
a Ásia e era tudo tão novo, tão exotico que muitas vezes faltavam olhos e folego para
absorver tantos novos conhecimentos nessa forma de vida tão diferente da nossa
ocidental.
Se passaram muitos anos, a Ásia mudou, está mais moderna e provavelmente mais
poluída, principalmente pelas multinacionais ocidentai, mas o oriente aprendeu rápido
e hoje já olhamos com outros olhos lugares como a China, Coréia e outros se tornando
potencias equiparadas ao ocidente, praticamente em todos os setores.
SURABAYA
Descrever uma parte do que conheci já é muito para uma crônica, então vou dividí-la
em três partes, iniciando por Surabaia onde minha filha e meu genro iniciaram a sua vida
profissional e onde nasceu o meu primeiro neto Felipe.
Esse nome deriva de SURA = TUBARÃO e BAYA ou BOYO = CROCODILO. Dois animais que
existem nos mares e nas, mais ou menos 17.000 ilhas e ilhotas que compoem o
arquipélado da indonésia. Historicamente houve uma luta entre um tubarão branco
gigante e um crocodilo branco gigante que resultaram nesse arquipélago.
A colonização de países feita por campanhas dos Jesuítas, marca de dor o meu coração,
pois como todos os países dominados e colonizados por essa campanha, todos sofreram
consequencias em suas culturas e mudança de viver dos povos. Desculpem o aparte do
meu desabafo. Mas a Indonésia ou parte dela foi colonizada por holandeses e Surabaia
abrigou a maior base naval das Ìndias Orientais Neerlandesas.
Como em todos os países colonizados ou que, como o Brasil, tiveram escravos. A cidade
de Surabaia tem a parte da cidade que possuiu toda estrutura de uma grande metrópole,
pois é a segunda maior cidade da Indonésia, assim como possui aquela onde moram os
trabalhadores, os pobres e os rejeitados por aquela sociedade.
Como em toda Ásia crianças nascidas defeituosas sempre são rejeitadas acabando em
orfanatos normalmente criados por nações estrangeiras. O tráfico de crianças também
é muito grande, inclusive nos dias de hoje.
Meu maior prazer, em minhas viagens, é percorrer as ruas e ter contato com o povo,
nem sempre consigo entende-los, mas o contato físico, os sorrisos e agrados mostram
que existe o bom e o ruim em todo o mundo. Os trabalhadores e pobres são muito
submissos aos brancos, ainda hoje. Embora já saibam explorar muito bem os turistas,
pois aprenderam com o tempo que este é um dos seus melhores triunfos.
Aprendi a técnica de pintura em tecido “Batick” na Escola de Belas Artes da UFRGS,
então visitar uma fábrica de tecidos, toalhas de mesa, guardanapos, cangas de praia, foi
uma das mais agradáveis situações pelas quais passei naquela viagem. Ser surpreendida
pelos donos a um convite do uso do material, demonstrou-me que cada peça vendida é
uma obra de arte, tamanha a dificuldade de manejar um pincel canudinho, como o
apelidei. Esta arte é praticada em toda Ásia e já existem fábricas com maquinário para
isso, mas as originais de pequenas fábricas são as mais bonitas e você as reconhece
quando encontra pequenas falhas nos desenhos.
Essas três imagens foram retiradas do Google imagens. Tjanting_Copper_Para_Batik. Já
não possuo esse material em meu atelier de artes. Hoje escrevo mais do que pinto.
Toda cidade grande tem seus pontos turísticos, jantar em um restaurante internacional
já é visitar um ponto turístico, pois pela beleza, normalmente o prato servido se torna
de pouca importância.
A minha pele branca, saída de um inverno no sul do Brasil, era atração inversa quando
eu arriscava descer numa feira popular. A religião em sua maioria é de Mussulmanos,
um dia passeando num shopin estranhei o olhar sobre mim com uma frequencia
demasiada. Ao que minha filha alertou que eu tirasse a cruz pendurada em meu
pescoço, pois foi numa época que a questão religiosa estava tão assirrada e as igrejas
cristas estavam sendo queimadas pelos muçulmanos.
Conhecer a família do motorista de minha filha, na época, foi gratificante, a primeira
regra é deixar os calçados na porta da entrada e a segunda regra é ter muito cuidado na
posição do corpo, muitas posições podem ofender o anfitrião. Anexo uma foto da minha
filha no trabalho voluntário em um dos orfanatos, trabalho que conheci e muito me
orgulhei, pois ela pertencia a um Grupo Internacional de Mulheres que programavam
essas atividades.
A segunda parte sobre a Indonésia virá a seguir.