Reflexões sobre o Poder da Imagem.
Numa pequena cidade do interior o menino e sua mãe entram no consultório. Assustado ele olha com medo, embora a mãe fale que é só um exame de rotina o menino fica estático e com os olhos arregalados evita de todas as maneiras o toque do médico.
Depois de muito esforço a consulta é feita e, já fora do consultório, a mãe lhe pergunta qual era o problema, pois já estivera em outros consultórios médicos e nunca ficara com medo.
— A morte estava lá, do lado dele e eu não queria morrer.
No primeiro instante a mãe acha que o menino está com febre e imaginando coisas, mas quando ele explica que vira tudo em cima da mesa do médico ela lembra vagamente de ter visto uma escultura, mas não observou, pois sua atenção estava voltada a explicar os sintomas do filho ao médico.
Pode não parecer uma reflexão sobre o poder da imagem, mas a figura abaixo nos anos de 1950 pode responder por que escolhi esta história para ilustrar o início dessa reflexão.
Na época uma imagem como esta era muito marcante para crianças. Hoje são bombardeados constantemente com cenas horripilantes a toda hora em todos meios de comunicação, sem ressalvas. Acostumaram-se a ver a morte, não em uma pequena imagem, mas ao vivo e a cores.
Um objeto real ou imaginário que se faz inconscientemente ao olhar, ao tocar, ao ouvir e ao ler. São formas reconhecidas pelo ser humano e não descarto que também o seja pelos animais, que se concretizam no cérebro. Platão falava em reflexos e sombras sobre as imagens produzidas sem a intervenção do ser humano, as outras seriam as criadas pelo homem.
Existem muitos autores que escrevem sobre a imagem, por este motivo escolhi compartilhar essas ideias no meu site — reflexões sobre o Poder da Imagem.
A editora Vozes lançou em 1977 um livro intitulado: “Expressão e Comunicação – uma proposta para o professor”, de vários autores, a Equipe RENOV, que na capa e nas primeiras páginas falam e colocam a pintura da Torre de Babel do pintor Pieter Bruegel.
O estudo é feito na contextualização das artes plásticas, de saber que a pintura foi baseada no pensamento de que as pessoas não se entendiam na época e que para ter uma vida melhor deveriam chegar a Deus e consequentemente a um entendimento entre elas.
Partindo dessa teoria de que esta imagem especificamente foi pintada baseada no que o pintor sabia dos escritos bíblicos os autores lançam a pergunta se a imagem é fictícia ou não? Basicamente essa imagem existe na imaginação do homem desde o tempo em que o velho testamento foi escrito, real ou não, ao ser pintado ela se tornou real.
Essa questão é muito fácil de apresentar quando enfocamos que muitas imagens foram descritas em histórias faladas ou escritas e tão bem apresentadas que a nossa mente já antecipa a forma mesmo antes de vê-la.
A discussão é grande e o que trarei neste espaço é um assunto polêmico e extenso. Entraremos na biofísica, na bioquímica, no plano neural do que se tem pesquisado, mas em sua maior parte estaremos apresentando esse poder da imagem que vem de um mundo atualmente inundado de imagens de forma artística e principalmente a influência que exerce através dos meios de comunicação.
Como apresentamos imagens aos nossos filhos e alunos? Pensamos antes de deixar que vejam? Escolhemos o que pode ou não os afetar no seu modo de viver? Qual sua opinião a respeito?
Foto da NETGEO – Google www.abril.com – foto – Google
