MEU PASSEIO POR VENEZA
Veneza é uma cidade indizível, já lhe foi dedicada uma crônica num livro da Editora
Metamorfose. Mesmo indizível, Veneza seria páreo para um livro, vi muito pouco, por
isso o título dessa crônica vai só como um passeio, pois acredito que para conhece-la
deveria, no mínimo passar um mês entre suas ruelas, canais, basílicas, catedrais, museus,
restaurantes e seus alegres gondoleiros.
No
No nosso breve passeio desfrutamos do mistério que nos provocam suas ruelas, labirintos
intermináveis, tais como seus canais que ligam ilha a ilha que compõem essa cidade
descrita e amada por gênios das artes e literatura desde séculos passados, tudo vale um
livro se quiser descreve-la.
Ao descer na estação de trem não se pode imaginar o mundo de cores, reflexos espelhados
de casas, colunas e gondolas com os quais nos deparamos junto com o nosso grupo. Uma
cidade que tem uma essência mágica impregnada em cada uma das pedras com as quais
construíram as casas, as pontes e os prédios de no mínimo quatro andares. A visita foi na
primavera, então as cores estavam mais fortes e entre elas fiz a imaginação flutuar, querer
abraçar, beijar e agradecer a oportunidade de poder desfrutar da beleza dividida entre ar,
água e terra.
Veneza é passado, presente e futuro, podemos ver isso em cada loja, vitrine, restaurante
e até em alguns museus embalados pelo som do toque dos sinos das catedrais em certos
momentos ou do cantarolar dos gondoleiros que desfilam suas gôndolas como se fossem
carros de última geração. A poesia vive em cada canto, a beleza das máscaras vendidas
como suvenires nos faz entrar na magia dos sonhos e pensar poder ser uma princesa de
longas épocas. Respirei arte e magia durante todo o passeio e desde o primeiro instante
em que pousei meu olhar sobre a Praça e Basílica de São Marcos, não contive as lágrimas.
A emoção da artista e escritora aflorou com muita intensidade, era muita emoção rever
detalhes estudados e ensinados por tanto tempo na minha vida sem nunca ter colocado
meus pés ou olhos naquele lugar.
Jurei voltar, apesar de dizerem que Veneza é sempre a mesma, particularmente não
acredito, não se pode assimilar tanta beleza e conhecimento no passeio de um dia e a arte
é viva. Você pode olhar uma escultura, um prédio, um momento entre pessoas e ele nunca
mais será o mesmo como aquele tirado na foto daquele dia de sua visita. A camisa, o
pano, a toalha pendurada numa das janelas dos prédios entre os pequenos canais nunca
mais serão os mesmos, sempre haverá um novo foco de nossa atenção. Na volta em minha
poltrona, no trem, me senti uma pessoa feliz, realizada, coberta por um sonho realizado.