CHINA & VIETNAM / SAIGON
Toda viagem é um aprendizado e precisamos de certos pontos de referencia para navegar nas novas aventuras. Nessa jornada de quase dez vezes lá pelo Oriente, precisei muito de mapas, referencias e placas de sinalização para viajar pelos lugares já conhecidos e pelos lugares desconhecidos.
Placa em Guangzhou / China Aeroporto de Saigon / Vietnam
A transformação acontece sempre dentro e fora da gente quando se viaja para lugares desconhecidos. Não tem como conhecer novas culturas e voltar com pensamentos, valores e paladares iguais, muda também um pouco o estilo de vestir ou cheirar. Digamos até a maneira de perfumar-se ou perfumar o ambiente em que se vive.
Por exemplo, eu costumava adoçar meu chá, parecia que uma pitadinha de adoçante ou açúcar deixava um paladar melhor na hora de saboreá-lo, mas desta vez tomar simplesmente o chá foi uma das coisas que mais me marcou. Amargo, acido, doce, perfumado, cada um dos chás pelos quais me apaixonei, é lógico, tem seu “quê” de especial. E vai lá um muito obrigado, bem grande, para o meu neto Jordan pelas incríveis experiências. Aquele: “Vó é bom experimenta!” vai seguir comigo para o resto da minha vida.
Nossa viagem iniciou via Porto Alegre/São Paulo/Johanesburgo/Hong Kong. Porto Alegre até São Paulo é fácil, difíceis são as primeiras onze horas de voo até Johanesburgo. O avião da South África era novo e confortável, mas quase sempre nesse primeiro trajeto a gente dorme mais da metade do tempo porque ainda estamos no fuso horário da nossa noite. Chega-se de manhã, muito cedo em Johanesburgo, pouca gente para atendimento nas “bordas” (postos de fiscalização e alfandega), depois de horas sentada, horas em pé.
O bom desses momentos é observar e até conversar com as outras pessoas, todas com um destino diferente, com histórias de vida e de viagens para contar, distrai e faz o tempo passar inclusive quando alguém se esqueceu de ter tirado algum objeto metálico ou alguma alimentação que não é permitida na passagem de alfandega. Tenho que falar da minha indignação de que só no Brasil não se passa TODAS as pessoas pelo raio X ou revista quando se chega, por que? Só Deus sabe. Nos outros países isso acontece na saída e na entrada.
Em
Em Johanesburgo passamos a espera de dez horas para seguir viagem até Hong Kong, aí não tem do que reclamar, mesmo que doam as costas, que o cansaço esteja te matando o negócio é tomar um bom café ou lanche e olhar as vitrines, comprar alguma lembrança, mas na verdade você sabe que vai voltar pelo mesmo trajeto e deixa as compras para a volta. Marca as lojas, os preços e o que quer correndo o risco de não encontrar a mesma coisa na volta, mas sempre é um peso a menos na mala de mão.
Desta vez o avião da South África de Johanesburgo até Hong Kong foi terrível. Velho, mal cuidado e um atendimento péssimo que, para quem já está viajando mais de vinte horas e com treze de voo pela frente, estar naquele ambiente fica muito, mas muito irritante. Mas nem tanto como a segunda parte da viagem.
Quando o avião completa a mais ou a menos (alegria) o trajeto e você avista a água do mar da China do Sul, os grandes navios que entram ou saem do porto de Hong Kong, você se espicha, encolhe, espicha e, eu particularmente, olho com ansiedade a proximidade da água. Quanto mais próximo da água, mais próximo o aeroporto, porque nos últimos segundos do pouso e é só nesse momento que o avião pousa na terra.
Caminhamos alguns quilômetros em piso completamente limpo, esteiras, esteiras, mais piso completamente limpos até chegar na alfandega, passar pela borda e seguir mais um pouco até a decima nona esteira para retirar a bagagem.
Para a nossa surpresa depois de uma hora de espera, recados pelo watts app, com a filha do lado de fora, nossa bagagem não veio junto. Seguir até o balcão de reclamações de bagagem, verificar se não estavam entre as que não foram retiradas, e nada. Papéis em inglês e chinês para preencher (ainda bem que em Hong Kong pertenceu a Inglaterra, pois o inglês é fluente na linguagem e nos papéis) e ir embora só com as malinhas de mão.
A alegria de encontrar filha e netos apaziguou todo estresse de não estar com as malas, presentes, encomendas e principalmente da erva para o chimarrão que os gaúchos na China congelam para durar mais tempo.
Duas malas chegaram três dias depois, uma levou cinco dias. Enfim isso é uma coisa normal, a gente compra, empresta e lava as roupas todos os dias, a desilusão maior é saber que não foi no trajeto que as malas ficaram, não saíram do Brasil, uma nem de Porto Alegre. PODE? Pior que pode.
Dong Guang ou Dongguang, como preferir, é uma cidade linda, morada da parte da família de lá. Tem tudo que uma cidade como São Paulo proporciona e muito mais, o chinês parece que não dorme, as ruas em sua maioria são grandes e limpas, os parques maravilhosos e muita segurança. Cada vez que chego mais prédios, novidades, beleza.
Não tenho
Não tenho medo de sair nas ruas, andar sozinha de taxi ou mesmo fazer compras nos chamados becos (depois faço uma parte especial sobre os becos), já dá para dizer algumas palavras em mandarim para não se perder ou para fazer alguma compra. Segredo de uma amiga, fotos do que se quer inclusive da comida. Fica fácil de pedir e na linguagem universal que são os gestos nada pode dar errado.
Existem várias coisas que eu gostaria que um dia fosse possível no Brasil, talvez nós como povo tivéssemos essas possibilidades se não houvesse corrupção e o brasileiro fosse mais honesto em sua maioria e não minoria. As bicicletas públicas são um exemplo em vários países, na China funciona porque o povo cumpre o que é exigido. Você pode pegar uma bicicleta destravando-a com um código, anda o tempo que quiser, paga uma pequena taxa descontada pelo código do seu celular e a deixa em outro lugar da cidade travando-a novamente com o código. Na verdade quase tudo lá se paga pelo celular e o processo não é complicado.
Conto mais semana que vem, espero que acompanhem minhas histórias confusas.