O dinheiro pode ser bom ou ruim, não compra a felicidade, mas é mais fácil chorar em uma BMW do que num velho Chevette. No mundo ele gira como algo necessário e a forma de adquiri-lo é o trabalho, a venda, a troca ou o roubo, tão comum ultimamente.
No filme “Uma Linda Mulher”, o romantismo toma conta da negociação em dinheiro entre uma linda prostituta Vivian (Julia Roberts) e o refinado empresário rico Edward (Richard Gere). Um enredo cativante, diria no ponto certo para não ser um melodrama romântico, muito bom na qualidade das cenas para mostrar os valores de quem possui dinheiro para comprar a companhia de uma mulher e com ela fazer sexo e de quem, como Vivian, vive do sexo para ganha-lo.
As cenas demonstram claramente essa diferença de quem possui muito dinheiro e de quem passa errado para ganhar o mínimo e sobreviver. No luxuoso hotel várias cenas mostram essas diferenças também na forma como o ser humano é tratado se o tem ou não. No mundo atual ninguém vive sem, e as possibilidades já se tornam virtuais, nos jogos de vídeo game já se compram armas melhores, para os personagens dos jogos usando as pontuações conquistadas. Lida-se facilmente com dinheiro virtual que na realidade já é virtual, está nos nossos cartões e celulares, mais do que em nossas mãos.
Se o final romântico foi bom ou não, depende do gosto de cada um, o primeiro roteiro escrito era uma versão bem mais pesada e mostrava a prostituição em Los Angeles na década de 1980, a Vivian drogada e Edward, o rico que negociava o não uso da droga enquanto estivesse com ele. Modificaram o roteiro, pois ainda existia um público muito grande que gostava do par romântico e para a época o doce foi na medida certa.
Sugiro a quem ainda não o tenha visto, que se arrisque num domingo de chuva ou frio de gelar as orelhas, não esqueça a bacia de pipocas, de enrolar-se num cobertor sem tirar as pantufas ou meias de lã, deixar o aquecedor ligado para justificar algum olho molhado e desfrutar dessa dinâmica que o assunto dinheiro pode proporcionar neste ou em outro sucesso de bilheterias.